Dial P for Popcorn: DAFA TV 2011: Melhor Actriz e Actor - Comédia

segunda-feira, 2 de abril de 2012

DAFA TV 2011: Melhor Actriz e Actor - Comédia

Mais duas categorias: MELHOR ACTOR e MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011.

Os meus nomeados são:


MELHOR ACTOR - COMÉDIA


H. Jon Benjamin / ARCHER  #3
Thomas Jane / HUNG
William H. Macy / SHAMELESS  #1
Stephen Mangan / EPISODES
Jim Parsons / THE BIG BANG THEORY   #2
Jason Schwartzmann / BORED TO DEATH


Se eu tivesse atribuído estes prémios no Verão do ano passado como era suposto, o vencedor era Matthew Perry por "Mr. Sunshine", que infelizmente não teve pernas para andar e acabou cancelada pela ABC. Assim... o prémio fica também bem entregue a Macy, que se transcende no papel de Frank Gallagher, abraçando o lado negro da sua personagem e entregando-se de corpo e alma ao pobre - e muito bêbedo - pai de família que nem tenta - nem quer - fazer o melhor pelos filhos. Macy consegue o impossível: levar-nos a gostar de Frank, a apreciar o quão horrível ele é com os filhos e a aplaudir todos os incríveis esforços que ele emprega para arranjar mais álcool e droga. Jim Parsons era um óbvio segundo, uma vez que apesar de ele já não carregar "The Big Bang Theory" tanto às costas (a série finalmente aprendeu a usar o seu excelente elenco), é (quase) sempre dele que surgem as melhores tiradas, as ideias mais mirabolantes e o estilo de comédia que nos faz voltar à série, semana após semana. O seu emparelhamento com Mayim Blahik foi de génio. Thomas Jane nem sempre é valorizado como devia pela forma como soube despir-se do preconceito que é interpretar um homem normal, professor de educação física que leva uma vida secreta como prostituto com material avantajado e divertir-se com ele, nunca se esquecendo que não é preciso um comediante comprometer-se com cenas mais ousadas e que a piada está nas situações que enfrenta, não na sua identidade. O que H. Jon Benjamin faz tem de ser premiado algures. E como eu não tenho uma categoria de melhor voice-over, é como actor que eu o tenho de julgar. Sterling Archer é das maiores criações da comédia norte-americana dos últimos tempos, seja animada ou real. Archer devia ser odiado por quem vê a série, uma vez que é capaz de ser o homem mais cabeçudo à face desta Terra. Era suposto isto ser assim. Mas porque Archer ganha vida através da charmosa e confiante voz de Benjamin, vemo-nos obrigados a rir com os insultos que profere e a aceitar que é impossível não gostar do homem. Schartzmann é o rei no que toca a exibir entusiasmo pelas coisas mais ridiculamente mundanas e aborrecidas possíveis. Uma grande parte do sucesso de "Bored to Death" deve-se a ele, porque ele torna-o uma série muito melhor. Falta-me falar de Mangan, a verdadeira estrela de "Episodes". Não houve uma tirada dele que não me tenha feito rir. LeBlanc pode ter impressionado muitos com a forma como goza consigo próprio e Greig é de facto excelente também, mas Mangan, entre o desespero de aturar as zangas de LeBlanc e da mulher e das confusões em que ambos o enfiaram, o entusiasmo perante os excessos que a estação norte americana lhes põe à disposição e pelo ar excitadíssimo com que aceitou a sua nova vida em Hollywood, foi de facto a grande revelação cómica do ano.


MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA



Courteney Cox / COUGAR TOWN  #3
Patricia Heaton / THE MIDDLE
Laura Linney / THE BIG C
Martha Plimpton / RAISING HOPE  #2
Amy Poehler / PARKS & RECREATION  #1
Emmy Rossum / SHAMELESS

O dia em que eu parar de apregoar que Courteney Cox é uma das sete melhores comediantes femininas em televisão na actualidade (as outras sendo Poehler, Fey, Rudolph, Wiig, Kudrow e Plimpton) é melhor que me dêem com uma marreta pois não devo estar muito bem. Cox era excelente em "Friends", continuou impecável em "Dirt" e agora em "Cougar Town" volta a exceder-se, com uma personagem madura e mais complexa mas que partilha com a "sua" Monica Geller a instabilidade emocional e a necessidade patológica de servir os outros. Estou para ver o que mais é preciso para ela ganhar um Emmy. Já outra que tinha um Emmy pré-fabricado à sua espera o ano passado era Laura Linney, depois do enorme desempenho em "The Big C" o ano passado, onde alternou entre tristeza e alegria, esperança e desilusão com uma facilidade estonteante. O destino, contudo, foi cruel e Melissa McCarthy, da mesma forma que 'sacou' uma nomeação para os Óscares, 'sacou' a nomeação e depois a vitória nos Emmy (roubadinha, diga-se, a Linney e à próxima nomeada). Este ano Linney manteve a qualidade a que nos habituou mas juntou mais versatilidade cómica, algo que lhe tinha faltado, a meu ver, em 2010-2011. Não podemos, todavia, falar de premiar alguém nesta categoria sem lembrar Amy Poehler. Que esta mulher tenha visto passar três corridas aos Emmy e não tenha vencido nenhuma é imperdoável. Leslie Knope partilha com todos nós uma obsessiva - e única - paixão pelo governo, surgindo em cada cena luminosa, infecciosamente alegre e explorando inteligentemente os vários lados da sua personagem, que nem sempre são positivos. Rossum revelou-se uma comediante bastante dotada em "Shameless", algo que nunca havia antecipado. Destemida e com uma inestimável alma, a sua Fiona é o furacão que domina tudo e todos para manter a casa Gallagher em funcionamento - mesmo que ela não se sinta, muitas vezes, capaz de o fazer. Nem toda a gente aprecia Heaton. Eu detestava "Everybody Loves Raymond", por exemplo, e que ela tenha vencido dois Emmy pela série quando outros (Cox, Kaczmarek) não têm nenhum dói imenso, ainda hoje. Ainda assim, "The Middle" dá-nos uma dose saudável da comédia de Heaton e lá, tenho de admitir, gosto imenso dela. A sua exasperada matriarca Frankie partilha, aliás, muitas semelhanças com a Lois de Kaczmarek ("Malcolm in the Middle"): ambas são firmes, histéricas e complicadas, mas pela sua família fazem tudo, inclusive as coisas mais estapafúrdias possíveis. "Raising Hope", como disse quando falei de Dillahunt, é uma série especial. A família Chance é genial e acima de todos a nível cómico está Plimpton (um casting pelo qual tenho de congratular Greg Garcia). O espírito positivo e a atitude descomplicada de Plimpton ao abordar Virginia coloca-nos mais próximos dela e, deste modo, faz-nos apreciar ainda mais cada nuance da sua interpretação, que já é, só de si, espectacular. As ordinarices que esta mulher cospe da boca deviam correr tumblrs por esse mundo fora, como por exemplo: "I'm sure somewhere out there there is a woman that wants to be lured into your apartment to find you naked. Maybe you should try Greg's List!" ou " Jimmy, if you don't make a move soon, you're gonna get stuck in the Friend Zone. And that is a real thing, I saw it on Friends. Ross and Rachel were stuck in it; it made for some good episodes, but poor Ross was in hell.".


E para vocês, quem são os melhores comediantes a protagonizar séries na televisão?

1 comentário:

Anónimo disse...

Parei de ver Hung por mudarem um bocado. achava no inicio serie divertida mas com o tempo ficou mesmo aborrecida