Dial P for Popcorn: EMMY 2011: Actor e Actriz Convidados - Drama

sábado, 10 de setembro de 2011

EMMY 2011: Actor e Actriz Convidados - Drama



Com a cerimónia dos Emmy a ocorrer em breve (dia 18 de Setembro), chega a hora de eu abordar finalmente as principais categorias a prémio e discutir os méritos dos nomeados, de quem ficou de fora e quem terá maiores probabilidades de vencer.

As quatro categorias de hoje serão as de Actor e Actriz Convidado, Drama e Comédia. Decidi começar por estas pois os seus vencedores serão revelados já hoje nos Creative Arts Emmys. Começamos pela categoria de Melhor Actor Convidado - Drama.


Beau Bridges, "Brothers and Sisters"
Jeremy Davies, "Justified"
Bruce Dern, "Big Love"
Michael J. Fox, "The Good Wife"
Paul McCrane, "Harry's Law"
Robert Morse, "Mad Men"

Quem ficou de fora: Penso que não há grandes vítimas nesta categoria, se bem que considero que há razão para Scott Porter ("The Good Wife"), Joe Manganiello ("True Blood"), Michael Emerson ("Parenthood") e Johnny Lee Miller ("Dexter"), entre outros, para reclamar um lugar entre estes nomeados.

Quem vai ganhar:  Em teoria, o prémio seria de Michael J. Fox e provavelmente será ele quem vá ganhar, embora me pareça que Jeremy Davies e Paul McCrane possam também vencer, não sendo surpresa para ninguém. O único nome que riscaria desde logo da corrida é o de Robert Morse.

Quem tem o melhor episódio: "Brody" é um excelente episódio para Beau Bridges, que garantiu a sua quarta nomeação nas categorias de actor convidado nos últimos cinco anos. Tem muito tempo de ecrã, dá para nos apercebermos da sua personalidade extrovertida, carismática e confiante e a sua enorme química com Sally Field é por demais evidente. Jeremy Davies tem aquele que é, para mim o melhor episódio do grupo. Em "Reckoning", o seu personagem Dickie é perseguido e depois arrastado para o mato e capturado por Raylan, numa interpretação brilhante por parte de Davies. Éo o meu favorito pessoal à vitória, se bem que penso que não é quem vai vencer. Michael J. Fox é o óbvio candidato à vitória, com apenas um senão: ele não conseguiu vencer o ano passado nesta mesma categoria, com este mesmo papel, por um episódio bastante mais forte (também era impossível bater John Lithgow de qualquer forma) do que este "Real Deal". Ainda assim, o vencedor de três Emmy - um nesta categoria em 2009 por "Rescue Me" - não pode ser desprezado, mesmo com uma interpretação mais controlada e subtil do que é costume. Engraçado que Bruce Dern cá apareça quando em outros anos ele esteve tão mais forte e ainda por cima no episódio submetido é Grace Zabriskie, que interpreta a sua esposa, que rouba cenas. Ainda assim, o seu diálogo com o seu filho sobre a sua mulher em "D.I.V.O.R.C.E." é devastador. Depois de três nomeações em quatro anos, o Bert Cooper de Robert Morse abandona de vez a firma de publicidade de "Mad Men", numa das cenas mais tensas e excelentemente interpretadas do episódio. Contudo, em "Blowing Smoke", além desta cena, pouco mais tem Morse a fazer, o que exclui quase de imediato que ele tenha sequer qualquer hipótese de conseguir vencer. Finalmente, falemos do grande ponto de interrogação da categoria, Paul McCrane. É a melhor interpretação dos seis a par de Davies - em "With Friends Like These", o seu advogado despe-se em pleno tribunal em protesto quando o júri não concorda com o seu discurso - e ter a seu lado David E. Kelley, que já levou 34 actores de séries suas a vencer Emmys, ajuda imenso.

Quem devia ganhar: De entre estes nomeados, Jeremy Davies ou Michael J. Fox.


Agora falando de Melhor Actriz Convidada - Drama que, pelo primeiro ano desde que me lembro, não contém qualquer nomeada vinda da série "Law & Order: Special Victims' Unit", pela qual venceu o ano passado Ann-Margret.



Cara Buono, "Mad Men"
Joan Cusack, "Shameless"
Loretta Devine, "Grey's Anatomy"
Randee Heller, "Mad Men"
Mary McDonnell, "The Closer"
Julia Stiles, "Dexter"
Alfre Woodard, "True Blood"

Quem ficou de fora: Acho que Rebecca Creskoff ("Justified") tem razões de queixa noutras categorias além desta, bem como Mary-Beth Peil ("The Good Wife") e Anika Noni Rose ("The Good Wife") que podiam muito bem ter entrado no número elevado de nomeações que a sua série conseguiu. Também Gretchen Mol ("Boardwalk Empire") sai excluída sem eu perceber bem porquê.

Quem devia ganhar: Entre os nomeados, Joan Cusack e Julia Stiles são sem dúvida as duas favoritas e provavelmente será uma delas a vencer, daí que teremos sempre uma vitória merecida. A minha preferência pessoal vai para Joan Cusack.

Quem vai ganhar: É uma luta a duas entre Julia Stiles e Joan Cusack, o que quer dizer que a Showtime sairá sempre vitoriosa nesta categoria, a não ser que algo muito inesperado aconteça. À partida, Julia Stiles tem mais tempo de ecrã mas Joan Cusack tem o nome, a idade, a reverência e a interpretação necessárias para levar o prémio para casa.

Quem tem o melhor episódio: A interpretação mais consistente é a de Joan Cusack, que em "Frank Gallagher: Loving Husband, Devoted Father" se exibe a alto nível, quando a sua agorafóbica personagem fica de tomar conta de um bebé que foge para o jardim e que a obriga a medidas drásticas para o recuperar. É uma actuação impressionante, que só peca por não ser possível submeter outros episódios anteriores para explicar mais ao pormenor a complexidade da condição da personagem. Ainda assim, é a mulher a abater. E a única com grande possibilidade de o fazer é Julia Stiles, quase estreante nestas coisas da televisão, que se bate bem com Dexter Morgan (Michael C. Hall) nesta temporada de "Dexter". Em "In The Beginning", somos quase obrigados a abraçar a sua personagem, que se junta a Dexter para procurar um dos assassinos de que foi vítima. É um episódio bastante intenso e forte. Se há alguém que possa ser considerado o dark horse da categoria, é Loretta Devine. Ela, que se arrasta por "Grey's Anatomy" já lá vão muitos anos, teve este ano uma história de relativa importância na série, ao ser diagnosticada com Alzheimer. No seu episódio, "This Is How We Do It", a sua personagem é confrontada com a notícia e atravessa um espectro largo de emoções, da raiva à aceitação, pondo tudo em causa. Uma vez que Kate Burton, duplamente nomeada por uma narrativa semelhante na mesma série há alguns anos atrás, nunca venceu, também me parece difícil acreditar que será Devine a vencer. Em "Chinese Wall", Faye Miller (a personagem de Cara Buono), apaixonada por Don Draper, decide contar-lhe alguns segredos para o poder ajudar no negócio, pensando ingenuamente tratar-se de um gesto para com quem ama. Mais tarde, a sua ira é incandescente, irrompendo pelo gabinete de Draper e respondendo-lhe à medida quando descobre a sua traição. É o melhor episódio dos seis, mas o seu tempo de ecrã é tão escasso que não me parece que ela tenha qualquer hipótese. Mary McDonnell pouco faz também no seu episódio, "Help Wanted", em que ela entrevista e selecciona candidatos para um cargo policial. Já que falamos em tempo de ecrã, é altura de abordar Alfre Woodard, nomeada por dois ou três minutos de aparição em "True Blood". A actriz faz, todavia, esses poucos minutos contar, quando na sua cena ela agride o seu filho física, verbal e psicologicamente. Finalmente, falta falar de Randee Heller, que conseguiu o impensável: uma nomeação para a sua formidável - e inolvidável - Miss Blankenship, uma favorita do público, que perece no seu episódio "The Beautiful Girls", deixando Draper e a sua equipa a discutir a melhor forma de se ver livre dela sem que nenhum cliente se aperceba.

E vocês, que acham?

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